Controle de pais no instagram

Comentário: notícia de setembro Data: September 27, 2022 Palavras chave: Meta, instagram, privacidade, segurança

Você sabe como sua filha usa o instagram? Será que a interação com o insta está afetando seu filho de forma negativa? A plataforma tem tentando ajudar os pais a saber mais sobre o uso de instagram dos adolescentes, com o chamado controle de família. Será que isso é suficiente para minimizar os efeitos já anunciados do uso de instagram na saúde mental dos jovens?

Bom dia ouvintes da CBN,

Uma nova funcionalidade, chamada Central da Família, está disponível no Instagram, em todo o mundo, desde o dia 15 de Setembro. O recurso permite que os pais saibam quem segue e quem é seguido pelos filhos, sejam notificados quando o jovem denunciar um perfil, vejam quanto tempo os menores passam na plataforma e estabeleçam um limite diário para uso.

Essa funcionalidade já é vista desde março nos Estados Unidos, e agora chegou aos outros países.

Esse controle só é possível se for autorizado pelo filho, e pode ser interrompido pelas duas partes a qualquer momento.

Ah, importante: a família não vê as mensagens trocadas pelo jovem nem seu histórico de pesquisa ou o conteúdo curtido por ele.

Segundo o Instagram, o acesso dos pais a apenas uma parte das atividades é uma forma de garantir proteção sem ferir a autonomia do menor de idade.

“É importante que o adolescente tenha privacidade para explorar o mundo ao redor e sua identidade. Isso sempre foi algo importante para a gente. Não é para controlar, mas para orientar. Queremos que isso dispare conversas na família”, diz Natália Paiva, líder de políticas públicas do Instagram para a América Latina, em entrevista à Folha.

A Central também terá material educativo para auxiliar a família na supervisão, já que há a constatação de que os pais não sabem orientar os adolescentes se eles próprios não conhecem a rede.

Em detalhes, com a supervisão, o adulto pode:

Ver quanto tempo seu filho passa no instagram e definir limites. Quando isso acontece, o adolescente recebe uma mensagem sobre o seu limite diário. Quando está faltando 10 minutos para acabar, o Instagram avisa. E quando o tempo for esgotado, o aplicativo é bloqueado.
Ver as contas que ele segue e que o seguem
Receber notificações sobre a atividade do adolescente, como quando ele ganhar novos seguidores
A Central da Família também envia notificação para os pais quando o jovem denunciar alguma conta ou publicação, mostrando qual foi a publicação e o tipo de conteúdo que eles estão denunciando na rede. Também é possível ficar de olho em quais perfis o adolescente segue na plataforma.

Há certos limites para o pai, mãe ou responsável:

Você não verá o histórico de pesquisa ou a atividade de mensagens do seu filho adolescente;
Você não verá o que seu filho publica a menos que ele tenha uma conta pública e você o siga
A conta é do adolescente. Somente ele pode alterar ou excluir sua conta, ou mudar a senha.

Como ativar

Abra o Instagram e vá no menu, localizado no canto superior direito; Clique em “Configurações”; Depois, “Supervisão”: Na próxima tela, clique em “Criar convite”; Por fim, compartilhe o link do convite com o adolescente. O adolescente tem 48 horas para autorizar a ativação do controle parental após o envio do convite.

A Meta informa que adota outras medidas para tornar a plataforma mais segurança para crianças e adolescentes, como tornar privada a conta de menores de 16 anos, restrições de DM (mensagens diretas) e limitando anúncios segmentados para menores de 18 anos.

Para chegar ao formato atual, a Meta, responsável pelo Instagram, ouviu jovens de 13 a 17 anos e seus pais, em pelo menos oito países, incluindo o Brasil. O trabalho segue em curso e conta com ajuda de especialistas.

Segundo o instagram, no Brasil, mais do que em outros países, a família é estendida e o controle não se centra só no pai e na mãe. Os cuidadores também querem mais flexibilidade, que o filho use o Instagram por um tempo à noite, que é diferente do dia. No fim de semana, isso também muda.

Os anúncios mais recentes ocorrem após um escândalo atingir a rede social em 2021. Diversos documentos mostraram que o Instagram sabia que a rede provoca uma série de danos à saúde mental de jovens, principalmente meninas, e não agiu para tentar reduzir os danos.

São os chamados “Facebook Papers” .

Em 2021, O WSJ citou estudos da plataforma feitos nos últimos três anos que examinaram como o aplicativo afeta sua base de usuários jovens. Eles tiveram acesso aos slides de comunicação interna da empresa — o que possibilitou a análise de documentos em áreas como saúde mental, discurso político e tráfego de pessoas.

“Trinta e dois por cento das meninas adolescentes disseram que quando se sentiam mal com seus corpos, o Instagram as fazia se sentir pior”, disseram os cientistas em uma apresentação interna de março de 2020, revisada pelo jornal. “As comparações no Instagram podem mudar a forma como as jovens se veem e se descrevem”.

Em um outro slide, o Facebook disse “os adolescentes culpam o Instagram pelo aumento da taxa de ansiedade e depressão. Essa reação foi espontânea e consistente em todos os grupos.” Entre os adolescentes que relataram pensamentos suicidas, 13% dos usuários britânicos e 6% dos usuários americanos desenvolveram o problema pelo Instagram.

A rede social tem milhões de acessos diários e cresce a cada dia. Mais de 40% dos usuários têm 22 anos ou menos, e cerca de 22 milhões de adolescentes se conectam ao Instagram só nos Estados Unidos todos os dias. Em média, os adolescentes do país passam 50% mais tempo no Instagram do que no Facebook. A partir disso é possível ter, pelo menos um pouco, a dimensão do problema.

Os cientistas no instagram estão tentando encontrar maneiras de reduzir esses danos e, ao mesmo tempo, manter as pessoas na plataforma. No entanto, o que tem sido feito até agora não tem surtido efeito. Durante anos, o Facebook experimentou ocultar a contagem de “curtidas” que as pessoas veem em suas fotos. Isso porque os adolescentes disseram que isso lhes causavam ansiedade e contribuíam para seus sentimentos negativos. Mas quando isso foi feito em um programa piloto chamado Projeto Daisy, descobriu-se que, na verdade, a ação não era efetiva.

Um ação adicional foi o anúncio, recente, de que a plataforma ia começar a limitar o conteúdo sensível para todo adolescente menor de 16 anos que criar uma conta no aplicativo.

Os jovens dessa idade que já tinham contas receberão mensagens da plataforma com incentivo a aderir à nova configuração do controle de conteúdo sensível, chamada de “Menos’”.

Os outros adolescentes que criarem a conta agora terão a configuração automaticamente padronizada para “Menos”. A atualização deve estar disponível para todos nas próximas semanas.

Com a alteração, a plataforma diz que será mais difícil para jovens encontrarem conteúdo sensível ou contas que tragam prejuízo a esse público por meio das abas de pesquisa, exploração, hashtags e reels.

O controle de conteúdo sensível tem três opções no Instagram: “Mais”, “Padrão” e “Menos”. A opção “Mais” não está disponível para menores de 18 anos.

Acesse seu perfil;
Toque no menu “Configurações” no canto superior direito;
Toque em “Conta”;
Toque em “Controle de conteúdo sensível”. Essa parte trará as opções disponíveis de configuração (“Mais”, “Padrão” ou “Menos”), de acordo com sua idade.

um abraço e até a próxima