Tiago Massoni

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Associate Professor in Computer Science

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Criptomoedas: a queda?

Comentário: tentar trazer uma versão mais atual do investimento em criptomoeda Data: January 19, 2022 Palavras chave: bitcoin, criptomoeda

Bitcoins! Muita notícia e propaganda sobre criptomoedas…precisamos entender um pouco mais pra não se perder no assunto financeiro do momento.

Estamos sendo bombardeados com notícias sobre Bitcoin e anúncios de especialistas em investimento, perdidos sem saber separar o que é legítimo daquelas armadilhas que sempre ameaçam os incautos. Como entender o noticiário recente sobre criptomoedas?

Criptomoedas: o assunto de 2021 nas finanças. Provavelmente mais para os economistas do que para especialistas de tecnologia. Estamos sendo bombardeados com notícias sobre Bitcoin e anúncios de especialistas em investimento, perdidos sem saber separar o que é legítimo daquelas armadilhas que sempre ameaçam os incautos querendo colocar suas economias pra render.

Resolvi fazer o seguinte. Peguei uma notícia do início de Janeiro sobre o mercado de criptomoedas, e em cima dela vou comentar, principalmente do ponto de vista da tecnologia, alguns conceitos que acho importante saber. Vamos lá.

preço do Bitcoin despencou cerca de 5% no início desta sexta-feira (7/1), o que fez a moeda digital atingir o seu valor mais baixo dos últimos três meses. Com a redução registrada, uma unidade da criptomoeda chegou a valer menos de US$ 41 mil momentaneamente, o equivalente a R$ 234 mil.

Das criptomoedas, a mais famosa é o bitcoin, criada em 2008 por uma pessoa de nome Satoshi Nakamoto, supostamente japonês. Supostamente porque não sabemos quem é; foi usado um pseudônimo. Bitcoin pode ser operada sem a manutenção de um mecanismo central. Isso é possível pelo uso do Blockchain, a evolução de uma ideia de pesquisa em computação na década de 90. A criptografia aplicada nesse negócio assegura a precisão do registro, sua segurança e o total anonimato de quem tem bitcoins registradas. Assim, em vez de mandar dinheiro ou cartão de crédito, as pessoas fazem pagamentos com senhas, letras e números, que garantem que elas são donas daquela quantia em bitcoins.

Projetados por diferentes desenvolvedores, esses ativos têm sua valoração afetada pela confiança de investidores quanto à qualidade da programação que cada um deles carrega, além da aceitação deles para a realização de transações.

As criptomoedas, em especial bitcoins, tem valor flutuante, dependendo da oferta e da demanda. Pra quem comprou logo início, foi um baita negócio: em 2019 ela subiu 96% e mais de 300% em 2020. Ou seja, o bitcoin e outras milhares de criptomoedas passaram a ser alvo de investidores, mesmo que não haja intenção alguma de utilizar a criptomoeda em transações comerciais.

Este é o menor valor atingido pelo principal criptoativo do mundo desde o dia 29 de setembro do ano passado. O movimento de desvalorização atingiu também outras criptomoedas, como o Ethereum, que caiu 2,3%, e o Solana, com queda ainda maior nesta sexta-feira, de 4,7%.

A maturidade do projeto também justifica a valorização inferior em relação a muitos dos seus pares. Em 2021, a cotação em reais do bitcoin subiu 69%, segundo dados do Mercado Bitcoin. O ganho supera largamente o de investimentos tradicionais. Mas não chega perto da alta de 448% do ethereum, cujo projeto é considerado robusto, mas em um grau de maturação inferior ao do bitcoin. Outros criptoativos registraram valorizações extraordinárias ao longo do ano passado. São projetos cuja capitalização de mercado partiu de patamares baixos, mas que ganharam visibilidade ao receber aportes generosos para desenvolvimento, conseguindo assim a atenção de investidores, segundo Passarini.

Um dos motivos para a desvalorização do Bitcoin neste início de 2022 é a pressão exercida sobre a moeda digital pelo sistema de bancos centrais dos Estados Unidos (Federal Reserve). O órgão deve começar a adotar uma política mais agressiva em relação aos investimentos em criptomoedas.

Uma grande razão do sucesso das criptomoedas entre investidores foi o elevado nível de liquidez no mercado financeiro em 2021. Bancos centrais em todo o mundo afrouxaram a política monetária para manter a economia aquecida durante as piores fases da pandemia de Covid-19. Reduções nas taxas de juros combinadas a programas de compras de ativos no mercado deram estímulo e dinheiro para investidores aplicarem em mercados de maior risco. No entanto, os tempos da fartura podem estar no fim. Autoridades monetárias de todo o mundo, como é o caso do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), estão encerrando esses programas de estímulo para tentar frear uma inflação global que vem ganhando força.

A queda no preço no Bitcoin registrada nos últimos dias também foi influenciada pelo fechamento da internet no Cazaquistão, conforme a agência de notícias. Alvo de protestos relacionados ao aumento dos preços dos combustíveis, o governo do país asiático ordenou às companhias de telecomunicações estatais que desativassem as conexões locais, em retaliação aos manifestantes.

Os mais céticos argumentam que, pelo fato do Bitcoin não estar servindo como meio de troca, é improvável ele ter qualquer valor fundamental além do valor que a fé do investidor o leve a ter.

O fato é que, assim como outros investimentos de renda variável, criptoativos estão sujeitos a condições políticas, econômicas, sociais e geográficas. Além disso, há agravantes para o risco, como a ausência de regulamentação, a falta de conhecimento da maioria dos investidores e a presença de golpistas dispostos a tirar proveito de entusiastas.

Muita cautela é a melhor pedida.

Um abraço e até a próxima.