M2M - rastreamento via chip

Comentário: a partir da notícia do parmesão rastreado Data: June 8, 2022 Palavras chave: IOT, chips, m2m, rastreamento

O rastreamento de alimentos através de chips pode modificar a forma como eles são produzidos e consumidos. Vamos ver como isso é feito e em que casos se aplica.

Tem alimentos que são tão especiais que geram todo um mercado de imitadores. E o que os autênticos fabricantes estão fazendo? Colocando chips nos produtos para garantir sua procedência. Existem, no entanto, outras utilidades no rastreamento eletrônico dentro da indústria alimentícia.

Bom dia ouvintes da CBN,

Pois é, nosso assunto hoje é o queijo parmesão. Quem não gosta, né? Sem ele a macarronada fica bem sem graça. Mas, talvez você saiba, o parmesão considerado autêntico é apenas aquele produzido na região Norte da Itália, o chamado “Parmigiano Reggiano”, cuja produção artesanal é conhecida há quase mil anos.

Hoje o negócio está longe de ser artesanal. Vendas do parmesão autêntico tem alcançado 2,5 bilhões de euros anuais, um negócio protegido por um consórcio de produtores que trabalha para proteger a autenticidade do queijo. É tão valioso que na Itália um estoque desse queijo serve como garantia para empréstimo bancário.

Pois esse consórcio se viu ameaçado com imitações do queijo parmesão, e essas falsificações hoje vendem muito também. De olho nesse mercado, tentando coibir as fraudes, o consórcio dos produtores lançou um experimento. Está colocando chips de rastreamento, menores que um grão de arroz, em 100,000 peças de queijo. Não exatamente dentro do queijo, mas no rótulo, em relevo.

A ideia é que este minúsculo dispositivo ajude a controlar melhor a distribuição do queijo, ajudando a diferenciá-lo das imitações.

A tecnologia usada, fornecida por uma empresa chamada p-Chip, que tenta se estabelecer com chips de rastreamento para empresas alimentícias, e deve gerar uma tendência interessante. Alimentos que só podem ser considerados autênticos se responderem a um estímulo digital, que poderia ser reconhecido por aplicativos, por exemplo, sendo rastreados por sistemas nas próprias empresas fabricantes dos alimentos.

O chip é um dispositivo chamado micro transponder, que pode ser identificado automaticamente através de sinais de rádio. A identificação única é possível através de mecanismos de criptografia, criando um gêmeo digital para o objeto rastreado, nesse caso, o queijo.

A tecnologia já é utilizada nas indústrias farmacêutica e automobilística, além do agronegócio.

O uso de chips na indústria alimentícia sempre teve dois obstáculos principais: a interferência de líquidos e metais no sinal do chip, e o baixo valor da unidade do produto, onde o preço do chip tornava o valor do investimento inviável. No entanto, isso tem mudado nos últimos anos. O preço dos chips baixou bastante, além de se tornar menores em tamanho. A tecnologia também avançou para que a interferência não seja mais impeditiva. Além disso, os chips hoje são mais duráveis para aguentar as temperaturas altas ou baixas a que são submetidos os alimentos.

Uma das vantagens: controle total de estoque dos alimentos. O uso dos chips em produtos alimentícios em distribuidores e supermercados tem um potencial gigantesco de controle em tempo real; principalmente com alimentos, que precisam ser monitorados em intervalos mais curtos de tempo.

Isso por causa da data de validade! O desperdício de alimentos na indústria por causa disso é enorme. Sistemas que alertam proximidade da data de perda permite um planejamento seguro de estoque e vendas, da distribuição até a venda direta.

Caso haja algum problema de fabricação, como por exemplo um lote com defeito, fica bem mais fácil de rastrear todos os itens, incluindo quem comprou o produto em alguns casos.

Bom, essa é uma área que a tecnologia deve transformar de forma profunda nos próximos anos.

Bom, já deu, vou ali fazer um espaguete pra comer com queijo parmesão original italiano … vou comprar aqui um saquinho de queijo ralado, que sai por … 250 reais o quilo.

Um abraço e até a próxima.