Associate Professor in Computer Science
Comentário: curiosidades Data: April 20, 2022 Palavras chave: pix, qrcode, smartphone
Hoje vamos falar um pouco da história dos QR Codes, e entender por que essas figurinhas geométricas em preto e branco são tão úteis na nossa vida.
Ele é amado por uns, odiado por outros. É mais antigo do que você imagina, mas demorou pra chegar ao consumidor, e hoje é obrigatório em pagamentos, transporte, turismo e muitos outros setores. Você sabe como o QR Code funciona? Vamos discutir os prós e os contras de usar QR code na nossa rotina.
Bom dia ouvintes da CBN,
Entre as muita mudanças na nossa vida trazidas pela experiência de passar para uma pandemia por quase dois anos, temos o uso disseminado dos QR codes. As representações gráficas de dados digitais que podem ser impressas e depois lidas por um smartfone ou outros dispositivos.
A sigla QR quer dizer Quick Response, do inglês para Resposta Rápida, e foi criado em 1994 por uma empresa japonesa chamada Denso Wave, que queria rastrear rapidamente veículos durante sua fabricação, já que não haveria tempo para digitação de códigos na rápida sucessão de peças de uma linha de montagem. O design, com quadrados pretos e brancos organizados em padrões, foi inspirado no milenar jogo de tabuleiro Go.
Acabou que o QR code tem uso disseminado hoje para ajudar as pessoas a evitar contato físico com objetos compartilhados, algo tão importante na pandemia. A partir disso você tem acesso a cardápios de restaurantes, dados para redes wifi, informações de publicidade e registro de presença em eventos.
E quando o PIX foi instituído, ninguém mais ficou alheio ao PIX…ele está em qualquer caixa de loja ou barraquinha de vendedores ambulantes. A decisão do Banco Central em usar o QR Code como representação da chave colocou a figurinha dos quadrados pintados definitivamente no nosso dia a dia. Enquanto parceiros de negócio entregam cartões de visita com pequenos quadradinhos preto e branco, estamos tendo acesso a notas fiscais eletrônicas da mesma forma. Ah, tem projeto de lei perto de ser sancionado para adicionar QR codes nos recipientes com medicamentos, dando acesso imediato a sua bula.
Mas, por que não continuamos a usar o código de barras, que já existia há muito mais tempo? O motivo é que códigos de barras verticais são limitados por organizar-se em apenas uma dimensão, a horizontal. O QR code se espalha por duas dimensões, armazenando muito mais dados. E esses dados a mais são o que faz o QR code tão versátil.
Claro que o diferencial mais importante para o uso de QR code é a adoção de smartfones com boas câmeras, o que colocou um scanner de códigos conectado à internet no bolso de todos. Hoje em dia qualquer câmera abre o conteúdo do QR code numa boa, de forma rápida e confiável. A maioria dos códigos armazena o endereço de um site na web, mas também pode armazenar texto ou até imagens.
A popularização dos QR codes tem trazido inovações interessantes para vários setores. Por exemplo, um time de futebol americano da Flórida decidiu trocar os números na parte de trás da camisa por QR codes, que, se forem fotografados, abrem a biografia dos atletas no site do time. Algumas séries de superherois, como as da Marvel, engajam mais a audiência mostrando em algumas cenas alguns QR codes, que levam a sites reais com conteúdo adicional para os fãs.
Os dados de um QR code são uma série de pontos em uma grade. Cada ponto representa 1, e um vazio representa um zero. Essa grade tem pelo menos 21 posições, mas pode chegar até a 177. Se você estiver olhando para um QR code agora, vai perceber que ele tem quadrados grandes com centro preenchido em três dos quatro cantos da área, dois à esquerda e um à direita. Eles estão aí pro programa saber onde o código inicia e termina, ou seja, apenas como orientação para a leitura. Um QR code é projetado com repetição de dados, a redundância; até 30% do código ilegível não impede que a leitura seja feita com sucesso.
Uma pergunta que às vezes aparece: é seguro apontar o smartfone para qualquer QR code? Será que ele pode trazer algo de ruim para meus aplicativos ou dados pessoais? O QR code em si não tem nada além de dados. Mas depende de quem mandou, e qual o destino do dado, se ele for um link. Se for para um site malicioso, que te peça alguma senha, aí é perigoso. Evite digitar alguma informação para sites abertos via QR code, mesmo que ele pareça ser confiável. O mais importante é que, ao abrir um link pelo QR code, você esteja certa de que o link é seguro. É o mesmo cuidado que você deve ter ao abrir links que venham por e-mail ou whatsapp…atenção na procedência.
Além disso, não baixe aplicativos leitores de QR code suspeitos, claro. Nesse caso, independente do código, o vilão que vai te levar para um site malicioso é o próprio aplicativo. Busque usar o leitor que já vem na câmera do sistema, Android ou iOS, padrão nos smartfones mais modernos.
A popularização dos QR codes não implica automaticamente que eles serão a melhor solução para tudo. Veja o exemplo dos cardápios nos restaurantes. Enquanto alguns clientes ficam aliviados pela agilidade de escolher a comida sem ter que esperar o atendente trazer o cardápio, muitas pessoas acham desconfortável ter que usar smartfone com conexão para considerar as opções. Uma reportagem recente no Rio de Janeiro mostrou que alguns restaurantes voltaram para a versão papel, por acharem que a versão QR code dispersava os clientes, por estarem o tempo todo olhando para seus celulares, que acabavam não lendo corretamente as descrições, o que gerava mais confusão. Junto com os benefícios, sempre vêm as inesperadas desvantagens.
Olha aí, quem está precisando de ideias para a próxima tatuagem. Um qr code, que quando lido abre um site com uma mensagem assim: DEIXA DE SER CURIOSO! Que tal?
Um abraço e até a próxima.