Tiago Massoni

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Associate Professor in Computer Science

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Pesquisa sobre 5G - atraso da implantação

Comentário: notícias recentes - podcast da CBN Data: June 1, 2022 Palavras chave: 5g, smartphones

O 5G, que deveria ser implantado em julho nas capitais brasileiras, provavelmente vai demorar mais dois meses, pelo menos. A coluna hoje discute os motivos para esses atrasos, além de uma pesquisa recente sobre os desdobramentos do 5G na opinião daqueles que vão usar o serviço.

5G vai atrasar! Dois meses de atraso na implantação nas capitais pelo menos. Quais são os obstáculos para a implantação do serviço, depois das definições do leilão do ano passado?

Bom dia ouvintes da CBN,

Muito tem se falado sobre a implantação do 5G no País, mas a verdade é que pouca coisa saiu do papel.

Lembrando, o leilão das frequências, agendado para 2020, acabou sofrendo atrasos por conta da pandemia de Covid-19, e acabou acontecendo apenas na segunda metade de 2021. Mas só o leilão.

Depois disso, foi agendada a implantação do 5G nas capitais, mas dificuldades técnicas e comerciais devem fazer com que esse prazo seja estendido.

O 5G é a evolução natural das gerações anteriores (3G e 4G) de rede de internet móvel.

Além de garantir até 20 vezes mais velocidade de download e upload, a tecnologia deve oferecer uma cobertura mais ampla, conexões mais estáveis e com menor tempo de espera. Dessa forma, vários dispositivos podem se conectar na mesma rede, que por sua vez manterá a mesma estabilidade e velocidade para cada um desses aparelhos.

Tecnicamente, podemos dizer que atualmente existem duas “versões” do 5G: a real, considerada como um “5G puro”; e o 5G que já está disponível em algumas regiões do Brasil sob o codinome DSS, em português, Compartilhamento Dinâmico de Espectro. Esse é o 5G que as operadores oferecem hoje.

Qualquer tablet ou smartphone que tenha compatibilidade com 5G já pode acessar a rede.

Aqui no Brasil, a lista vem aumentando pouco a pouco, e inclui modelos como toda a linha iPhone 12, da Apple, e alguns celulares da Motorola e Samsung.

A partir do leilão, foi definida pela Anatel uma data limite para a implantação do 5G pelo menos nas capitais do Brasil. No entanto, chamado Gaispi, grupo que coordena a implantação da internet 5G no país, aprovou, nesta quarta-feira (11/5), a proposta de prazo adicional de 60 dias para a disponibilização da tecnologia em todas as capitais brasileiras. O pedido ainda será avaliado pelo conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O grupo solicitou o adiamento diante da falta de equipamentos para fazer a “limpeza da faixa” de 3,5GHz, que será usada pelo 5G. A entidade explicou que o lockdown na China, a escassez de semicondutores, as limitações do transporte aéreo e a demora no alfândega aduaneiro trouxeram impactos ao projeto.

Pela regra original do leilão, o 5G deveria estar disponível nas capitais até 31 de julho. A ideia, agora, é que as operadoras não sejam penalizadas caso a implementação se dê até 29 de agosto e a tecnologia esteja funcionando até 29 de setembro. A possibilidade de extensão do prazo foi prevista no edital. Em resumo, nem todos os equipamentos necessários chegariam até o fim de junho. A implementação nas demais cidades irá ocorrer de forma gradual até 2029.

Nesse contexto do 5G, uma pesquisa recente realizada pela IDC América Latina aponta que 95% dos brasileiros dizem ter algum conhecimento sobre o 5G, resultado que coloca o país bastante à frente da média da região (75%), devido ao destaque que o assunto tem tido no país recentemente.

O estudo ouviu mais de 3 mil pessoas em toda a América Latina, sendo 723 brasileiros, e que visa compreender as expectativas dos consumidores pela chegada da conectividade sem fio de quinta geração.

Apesar de apenas 36% dos brasileiros dizerem que conhecem bem o 5G, 84% acreditam que ele irá transformar totalmente a maneira como consumimos dados.

Outros dados relevantes trazidos pela pesquisa são que apenas 22% dos entrevistados brasileiros afirmaram que certamente migrarão para um plano 5G nos próximos 12 meses, enquanto 42% deverão migrar e o restante não tem certeza ou não fará a troca. Entre os que não estão interessados na substituição do plano, 39% estão felizes com seus dispositivos e 34% trocaram de smartphone recentemente e teriam que mudar mais uma vez. Para 22%, o motivo para não fazer o upgrade está relacionado a um possível custo adicional.

Os analistas da IDC Brasil explicam ainda que há também uma preocupação dos consumidores sobre a segurança de seus dados pessoais, e esse número se reflete justamente por dois terços dos entrevistados brasileiros (67%) afirmarem já restringir a utilização de determinados aplicativos em razão do tráfego gerado de dados.

Há ainda alguns obstáculos adicionais. Uma das queixas principais feitas pelos especialistas ouvidos diz respeito a leis municipais que atrasam a instalação e uso de telecomunicações, e isso muito antes do 5G. Na prática, cada município tem autonomia para definir as próprias leis para uso de equipamentos, instalação e distribuição de serviços ligados a telecomunicações. no 5G, muito mais antenas terão que ser instaladas em nas cidades, por causa da frequência do serviço.

E você, vai adotar o 5G assim que a operador for lançar? No fim, o que vai definir mesmo é o custo benefício. A partir do momento que o serviço oferecer algo útil pelo valor da sua conta mensal, é aí que todo mundo vai. Enquanto isso não acontecer…

um abraço e até a próxima.