Tiago Massoni

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Associate Professor in Computer Science

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Será que as telas dobráveis e a tecnologia 5G serão suficientes para reavivar o mercado de smartphones, que anda em baixa? Hoje falo sobre as perspectivas para o futuro dos smartphones.

Acompanhe agora uma reflexão sobre o futuro dos smartphones. A queda nas vendas e o desinteresse dos consumidores estão levantando questionamentos sobre o papel desses dispositivos. Será que as telas dobráveis e a tecnologia 5G serão suficientes para reavivar o mercado? Descubra as perspectivas dos especialistas e os possíveis caminhos para a evolução dos smartphones.

Bom dia ouvintes da CBN,

O poderoso smartphone está sendo cobrado. No final de 2022, as entregas de smartphones caíram mais de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior - o menor total anual de entregas desde 2013. A empresa de pesquisa IDC afirmou que isso se deveu a “demanda do consumidor significativamente reduzida, inflação e incertezas econômicas”.

Deixando de lado as questões econômicas, o próprio smartphone provavelmente merece parte da culpa pela diminuição do nosso interesse. Smartphones são, na verdade, dispositivos incríveis. É por isso que somos tão viciados neles e por que, em tantos lugares ao redor do mundo, a maioria das pessoas tem um. Hoje, você nem precisa gastar uma fortuna para ter um celular bom. Com menos de 1000 reais dá pra comprar coisa boa. Os celulares também estão se tornando mais fáceis de consertar; por que comprar um novo quando você pode apenas trocar a bateria por uma melhor? O mercado de celulares usados ou recondicionados também está crescendo.

Então, qual é o futuro do smartphone nessa era de vendas menores? A célebre revista WIRED de tecnologia dos EUA perguntou a vários construtores, designers, analistas e futuristas o que eles pensam sobre o que está por vir para o smartphone.

Do que já vemos hoje, há um consenso, meio óbvio, em relação ao uso da tecnologia 5G, com velocidades de conexão mais rápidas e maior capacidade de rede, as telas dobráveis e câmeras aprimoradas. Com a inteligência artificial, teremos assistentes virtuais mais inteligentes, reconhecimento de voz aprimorado, tradução em tempo real e personalização avançada.

Em relação às vendas, os especialistas não acreditam que elas voltaram a explodir como no passado recente, a não ser que haja uma mudança de escala gigantesca de demanda. Há alguns mercados que devem gerar mais demanda, como os de países africanos e a futura expansão 5G da Índia. Nada que vá fazer crescer a demanda drasticamente.

Muitos acham que o formato dobrável vai continuar sendo de nicho, sem popularização em massa. Eles devem continuar muito caros, e pouco duráveis por causa da natureza da mecânica da dobra. Além disso, provavelmente continuaremos ver displays (telas) cada vez melhores, com melhores cores e gerenciamento de energia.

Há também uma tendência fortíssima de investimento em conjuntos fone de ouvido + microfone, os headsets, usando um jargão da indústria. Aparelhos que colocaremos na cabeça, no ouvido, e usaremos a funcionalidade sem um aparelho smartphone. Ou seja, algo para conversar com a internet, dar comandos de voz e interagir com as redes sociais e outros aplicativos dessa forma, com o telefone guardado. Isso mostra que a tecnologia do smartphone será cada vez mais distribuída, com smartwatches e vestíveis, com óculos. Os periféricos se tornarão mais importantes do que o smartphone propriamente dito. Este se tornará a central que vai conectar todos esses periféricos à internet.

Alguns acreditam que os smartphones se tornarão mais flexíveis para manutenção e atualizações. Talvez com um conjunto de câmeras atualizáveis; não há nenhuma questão de design que impeça isso. Os iphones 14 já vem com maior facilidade de remoção de suas placas, e a Nokia lançou recentemente um telefone contemplando maior facilidade de reparos sem precisar levar à assistência técnica. Esses parecem ser passos nessa direção.

Outros disseram que a tecnologia de silício sofisticada nos ajudará a identificar mídia “real” versus simulacros falsos ou gerados por IA. Levando em conta o poder da Inteligência Artificial, e como ela tem sido usada para gerar conteúdo superficial e vazio na internet, precisaremos de ferramentas para filtrar o que não presta.

Alguns demonstram a preocupação, bastante justificada, eu diria, de que a tecnologia do smartphone pode estar fazendo mal às pessoas de alguma forma, principalmente os jovens, passando tempo demais no smartphone. Talvez um progresso tecnológico que não tenha sido responsável. Ao mesmo tempo, é simplesmente impossível jogar tudo fora e voltar pro papel e caneta. Provavelmente seremos obrigados a considerar isso de forma decisiva no design de smartphones e aplicativos, sob risco de que a situação de saúde mental saia do controle.

E dane-se o tal metaverso. Realidade Virtual não deverá ser algo de massa, quase todos têm essa mesma opinião.

E alguns previram que as chamadas telefônicas reais ficarão cada vez mais em segundo plano. Isso já dá pra ver hoje. Quantas chamadas telefônicas fora do WhatsApp você fez nos últimos dias?

Ainda assim, quase todos eles acreditam que o smartphone é algo que continuaremos a carregar conosco, tanto literal quanto metaforicamente. O mercado de smartphones pode nunca ver o mesmo crescimento meteórico que teve na década de 2010, mas o poderoso computador de bolso continuará cada vez mais indispensável.

Um abraço e até a próxima