Tiago Massoni

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Associate Professor in Computer Science

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Threads x Twitter: A batalha das redes sociais! Quem vai vencer essa disputa acirrada? Descubra os detalhes sobre o novo aplicativo Threads e como ele se compara ao concorrente Twitter.

A empresa Meta lançou o aplicativo Threads, que é semelhante ao Twitter e foi desenvolvido com base no ecossistema do Instagram. Elon Musk, CEO do Twitter, tem enfrentado polêmicas e restrições na plataforma, enquanto a Meta está sendo vista como uma concorrente forte. A disputa entre as duas empresas pode definir o futuro do mercado de redes sociais de discussão textual.

Bom dia ouvintes da CBN,

Há um novo aplicativo de redes sociais na praça, o Threads (em português, LINHAS ou FIOS). Os fios são posts preferencialmente textuais, seguidos de reações e respostas de outros usuários da rede, formando um certo tipo de discussão. Para quem já usa redes sociais há algum tempo, reconhece isso como sendo exatamente o que faz o Twitter, já no mercado há mais de 15 anos. Sim, o threads pode ser considerado um clone do Twitter, mas desenvolvido pela empresa do instagram, a Meta.

O aplicativo é baseado no ecossistema do instagram. Se você tem uma conta no instagram, com um toque você vai para o Threads, junto com todos os usuários que você segue, além dos que te seguem. O que animou a empresa do Mark Zuckerberg a competir diretamente com o Twitter? A debilidade que essa está demonstrando, depois de todas as lambanças que o Elon Musk aprontou ao comprar o Twitter, há algus meses. Lembrando, Musk já era um CEO de grande sucesso com outras empresas, como a Tesla e a SpaceX. O que será desse mercado de redes sociais de discussão textual, com esses dois gigantes competindo? Será que tem lugar para os dois?

O novo app é muito semelhante ao Twitter, apesar de apresentar algumas diferenças fundamentais . O feed principal mostra posts (chamados de threads no app da Meta) de contas que o usuário segue. No caso do threads, você vai ser obrigado a visualizar posts recomendados pelo algoritmo de instagram. Você pode repostar algo com seu próprio comentário, e as respostas aparecem de forma destacada no feed principal. Ainda não tem um feed só com as pessoas que você segue, mas a Meta prometeu adicionar isso depois.

No Threads, os posts podem ter até 500 letras, e podem incluir fotos, além de vídeos de até 5min. Ainda não há anúncios publicitários - a Meta prometeu não adicioná-los até ter certeza da escala que o serviço vai atingir. Graças aos profundos laços que unem Threads e instagram, você pode compatilhar posts entre as duas redes facilmente, mas você também consegue compartilhar com outros apps.

O novo app está disponível desde a primeira semana de Julho em 100 países, excluindo, por ora, a União Europeia, cuja paciência com os problemas da Meta com a privacidade dos usuários já acabou há tempos. Segundo a empresa, são “complexidades relacionadas à nova legislação”.

Vejo como benefício do novo app a facilidade enorme de entrar, para quem já é usuário do instagram. Isso faz com que o principal problema de uma nova rede social esteja sanado: a base de usuários. Ninguém quer ir para uma rede que ninguém usa. É muito fácil entrar na rede; você pode fazer isso de dentro do instagram. A ativação é simples e rápida, o app é instalado, e seus perfis preferidos já estão lá. Coisa de 100 milhões de usuário já entraram em cinco dias; já é o lançamento de maior sucesso da história dos aplicativos. Pra ter uma ideia, o chatGPT alcançou isso em dois meses, e o Tik Tok, em nove meses. O Twitter mantém 200 milhões de usuários. A questão é saber se essas pessoas todas continuarão ativas na rede, nos próximos meses. Será que há fôlego para Twitter e Threads ao mesmo tempo?

O threads para mim ainda não substitui o Twitter, primeiro por causa da questão da privacidade (tudo que a Meta coleta de dados seus no Instagram vai coletar no Threads), além de mostrar conteúdo recomendado que eu não sigo. Não é uma linha cronológica e só das pessoas que você segue, como no Twitter, mas algo aleatório, comandado pelo algoritmo que escolhe o que você quer ver. Vamos ver se vai demorar muito para eles implementarem um local onde vejo apenas quem eu quero seguir.

Enquanto isso, o Twitter do Elon Musk se enrola em decisões polêmicas e choradeira contra a concorrência, que parece ter pegado a turma do passarinho azul de surpresa. Desde o início, afastou muitos usuários ao adotar cobranças por serviços que antes eram gratuitos e permitir que contas banidas por disseminação de fake news retornassem à plataforma. Começou Julho restringindo quantos posts um usuário não-pagante pode ver por dia, justificado pela necessidade de evitar “acessos não-autorizados de algoritmos”, apesar de que os rumores são de problemas técnicos, pela falta de engenheiros especializados. Lembrando, Elon Musk, desde que assumiu, demitiu 80% dos funcionários originais, meio que bradando aos quatro ventos que tinha muita gente que estava meio ociosa. Não parece.

Ao longo dos últimos dias, Elon Musk ameaçou processar a Meta por usar ex-funcionários demitidos do Twitter na criação do Threads. O pessoal de comunicação da Meta diz que não é verdade. Se a galera foi demitida, qual o problema de eles irem para Meta?

Nessa bagunça toda do Twitter, os anunciantes estão rareando, e os que ficaram parecem ser anunciantes de pior qualidade, como perfis de influenciadores e cassino online.

Parece que Zuckerberg, há muitos anos o vilão perfeito da mídia especializada, virou mocinho, quando resolveu competir com o vilão da vez, Elon Musk. Vale lembrar que na história das mídias sociais e das grandes empresas de tecnologia, uma acaba sempre prevalecendo, esmagando os concorrentes. Quem será que vai ganhar dessa vez?

Um abraço e até a próxima.